sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Pequena Flor

Como pequena flor que recebeu uma chuva enorme
E se esforça por sustentar o oscilante cristal das gotas
Na seda frágil, e preservar o perfume que aí dorme

E vê passarem as leves borboletas livremente
E ouve cantarem os pássaros acordados sem angústia
E o sol claro do dia às claras estátuas beijando sente

E espera que se desprenda o excessivo, úmido orvalho
Pousado, trêmulo, e sabe que talvez o vento
A libertasse, porém a desprenderia do galho

E nesse temor e esperança aguarda o mistério transida
Assim repleto de acasos e todo coberto de lágrimas
Há um coração nas lânguidas tardes que envolvem a vida...

coisa de Cecília Meireles

as vezes olho esse blog e me sinto um plágio, mas tenho lá culpa de os poetas traduzirem tão bem meus sentidos?!!
eu simplesmente sou essa flor… convivendo com a dualidade de ansiar voar com o vento e temer se desprender do galho…

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Como pode ser gostar de alguém e esse alguém não ser seu?!

LIZBELA

Eu quero a sina de um artista de cinema
Eu quero a cena onde eu possa brilhar
Um brilho intenso, um desejo, eu quero um beijo
Um beijo imenso, onde eu possa me afogar

Eu quero ser o matador das cinco estrelas
Eu quero ser o Bruce Lee do Maranhão
A Patativa do Norte, eu quero a sorte
Eu quero a sorte de um chofer de caminhão
Pra me danar por essa estrada,
mundo afora, ir embora
Sem sair do meu lugar
Pra me danar, por essa estrada,
mundo afora, ir embora
Sem sair do meu lugar
Ser o primeiro, ser o rei, eu quero um sonho
Moça donzela, mulher, dama, ilusão
Na minha vida tudo vira brincadeira
A matinê verdadeira, domingo e televisão
Eu quero um beijo de cinema americano
Fechar os olhos fugir do perigo

Matar bandido, prender ladrão
A minha vida vai virar novela
Eu quero amor, eu quero amar
Eu quero o amor de Lisbela
Eu quero o mar e o sertão
Eu quero amor, eu quero amar
Eu quero o amor de Lisbela
Eu quero o mar e o sertão

coisa de Los Hermanos
ao beijo (prometido)...

sábado, 18 de outubro de 2008

É o Que Me Interessa

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem...
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem...
Quem vai virar o jogo
e transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado
só de quem me interessa!

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor...
Às vezes eu pressinto
e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o teu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa.
Me dá sua palavra
Sussurre em meu ouvido
Só o que me interessa!

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa...

coisa de Lenine...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

OUTUBRO CHEGOU!!!

E com ele todas as coisas boas que a vida me reserva!!!
dia 25 lembrem de me dar os parabéns!!

OUTUBRO
Alegrias, as desmedidas.
Dores, as não curtidas.
Casos, os inconcebíveis.
Conselhos, os inexeqüíveis.
Meninas, as veras.
Mulheres, insinceras.
Orgamos, os múltiplos.
Ódios, os mútuos.
Domicílios, os temporários.
Adeuses, os bem sumários.
Artes, as não rentáveis.
Professores, os enterráveis.
Prazeres, os transparentes.
Projetos, os contingentes.
Inimigos, os delicados.
Amigos, os estouvados.
Cores, o rubro.
Meses, outubro.
Elementos, os fogos.
Divindades, o logos.
Vidas, as espontâneas.
Mortes, as instantâneas.

coisa de Bertold Brecht

Setembro se foi...

Setembro se foi e levou com ele todas as coisas tristes que preferi não lembrar aqui....
nova etapa começa... força nova todos os dias!!!

Para Pelé (Um ano!)

Olha aí Ubaitaba sem você...
Fecha os olhos Bahia, para ouvir...
Cadê o som das passadas de Pelé?
Olha as ruas das cidades por onde passaram seus pés...
Elas não estão coloridas...
Elas são só de concreto...
Seus sons são eco...
suas ruas compridas...
Me mostra cidade (eu te peço)um pouco dele a vida?
Dele tem a praça,
mas a praça não tem graça.
Dele tem as casas,
mas elas não têm asas.
Dele pavimentos,
engenhosos ornamentos,
extraídos do pensamento,
de seu nato encantamento...
Olha aí Ubaitaba sem você...
Muitas obras de suas mãos...
Que pulsaram seu coração...
Agora sem a sua atenção.
Mas agente pode ver,
basta apenas querer.
Seu talento criou a praça
para à cidade emprestar graça.
Sua vontade ergueu casas
Com entendimento fez pavimentos
Nesses empreendimentos o seu contentamento.
Olha Ubaitaba aí sem você...
Família que te reflete,
Amigos que não te esquecem,
Uma história que te enobrece.
Olha agora Ubaitaba:
Eleição sem seu coração (sempre vermelho)
Andanças sem a dança da tua andança...
Comício com lágrimas desde o início...
Carros enfileirados e você não está ao lado...
Olha agora Ubaitaba:
Como está tu diferente,
Sem ter Pelé contente, Contagiando agente.

coisa de Tia Lílian Duque em homenagem ao meu pai.... 1 ano de sua partida...