Como pequena flor que recebeu uma chuva enorme
E se esforça por sustentar o oscilante cristal das gotas
Na seda frágil, e preservar o perfume que aí dorme
E vê passarem as leves borboletas livremente
E ouve cantarem os pássaros acordados sem angústia
E o sol claro do dia às claras estátuas beijando sente
E espera que se desprenda o excessivo, úmido orvalho
Pousado, trêmulo, e sabe que talvez o vento
A libertasse, porém a desprenderia do galho
E nesse temor e esperança aguarda o mistério transida
Assim repleto de acasos e todo coberto de lágrimas
Há um coração nas lânguidas tardes que envolvem a vida...
coisa de Cecília Meireles
as vezes olho esse blog e me sinto um plágio, mas tenho lá culpa de os poetas traduzirem tão bem meus sentidos?!!
eu simplesmente sou essa flor… convivendo com a dualidade de ansiar voar com o vento e temer se desprender do galho…
Há 3 anos